"MÃE TERRA, QUE DÁ, ABRIGA E RECEBE A VIDA"

A Terra recebe a luz do Sol que aquece o gelo transformando-o em água que, distribuindo-se de diversas maneiras pelo solo, leva os princípios vitais, o agente mais poderoso de regeneração física por todo o planeta.


Os egípcios utilizavam a terra – argila - na mumificação de corpos e conheciam seus princípios purificadores. Os antigos escritos anteriores a era cristã mencionam o uso da terra de “Lemnos” para fins de cura de doenças. O naturalista romano Plínio, o Antigo, consagrava-lhe um capítulo da sua “História Natural”.

Outros povos antigos, como os gregos Dioscoride e Galieno, árabe Avicena, teriam feito referências ao uso da argila atribuindo-lhe uma força curadora extraordinária. Isso não quer dizer que eles desconheciam outros medicamentos, pelo contrário, a medicina natural sempre foi e ainda é utilizada por povos de culturas muito antigas, tais como os hindus, chineses, nórdicos, e povos indígenas das Américas.

Na era moderna os grandes naturalistas alemães Kneipp, Kuhn, Just, Felke, dentre outros, foram os que mais contribuíram para o renascimento do emprego da argila no contexto dos tratamentos naturais, e Mahatma Gandhi foi sempre um fiel adepto do uso da medicina natural, chamada na Índia como Medicina Ayurvédica.

Na Suíça e na Alemanha os médicos recomendavam, em Davos, importante centro de tisiologia no início do Século IXX, o uso da argila em doentes acometidos por tuberculose. O tórax era totalmente revestido com uma massa de argila bem quente e deixava-se esse cataplasma permanecer por toda a noite. Esse tratamento resultava em curas miraculoras.
O Padre Kneipp transmitiu a indicação de cataplasmas de argila com vinagre para tratamento nas aldeias, a outro naturalista, o antigo livreiro Adolfo Just, que difundiu seu uso em grande escala, e a “terra de Just”, chamada “Luvos" - silicato de alumínio,caulino coloidal, baús, etc. – tornou-se rapidamente conhecida. O médico berlinense Prof. Julius Stumft empregou-a com êxito contra a cólera asiática.

O uso da argila também foi muito utilizado durante a 1ª Guerra Mundial. Os soldados russos recebiam 200gr de argila do comando militar.

Em alguns regimentos franceses a mostarda era associada à argila, eliminando totalmente a desinteria que destroçava outros regimentos vizinhos. A argila também era usada na cavalaria para uso veterinário para tratamento de gangrena nos cascos dos cavalos. Os animais também, por instinto, dirigiam-se para a lama de argila para encontrar alívio em seus ferimentos.

A utilização da argila como cura em certas regiões da França era chamada de “Lama dos Cuteleiros”. Sua aplicação era muito usada como resolutivo e contra queimadura do primeiro ao terceiro grau.

Muitas vezes foram descobertas terras radioativas por se observar animais utilizando a lama desses lugares em caso de necessidade. Na floresta siberiana de Ourrouri existe uma importante estação balneária cujas propriedades curativas da terra foram descobertas como resultado de observações feitas sobre animais feridos, tais como: javalis, cabritos, veados, dentre outros, que mergulhavam freqüentemente na lama desse local.

Conta-se a estória de um elefante chamado pelo nome de Fil que, com seus congêneres se purgavam com lama de sílico-magnesianas.

Os povos chamados “primitivos” ainda vivem em estreito contato com a natureza e o uso da argila algumas vezes é usado como moeda corrente. Existem povos geófagos no México, Nas Índias, no Sudão e na América do Sul, principalmente nas populações do alto Orenoco, do Cassiquare, da Meta e do Rio Negro e Solimões. Alguns deles amassam bolinhos redondos e chatos e os secam e cozinham e comem.

Algumas argilas de Sumatra servem de remédio contra diarréias graves, enquanto em Java se utiliza como purgativo. Nas Filipinas usa-se para todas as infecções intestinais. No Sudão julgam-na mais eficaz contra a sífilis.

As mulheres grávidas sentem desejo de rolar na lama e algumas até comem pedaços de artefatos feitos de barro, mesmo nas cidades, como instinto natural.

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